
2008, o ano de todos os idiotas. Este chama-se Peer Steinbruck e tem poder para dar cabo da vida a muita gente.
.
"If they can get you asking the wrong questions, they don’t have to worry about answers" Thomas Pynchon
"Although people endlessly ask for predictions, they rarely really want the answers. It was only late – too late – in life that I realised that when people said, “We really want you to challenge our ideas,” they mostly did not. They wanted instead to be congratulated on their wisdom. Similarly, when they ask, “What is going to happen?” they seek reaffirmation and reassurance rather than insight into the future.PS - Antes que me esqueça: acho muito bem que tenha sido temporariamente aumentado o tecto dos investimentos em obras públicas dispensados de concurso. É o que todas as nações civilizadas farão para tentar que o dinheiro seja gasto a tempo de contrariar o agravamento da depressão.
"The market for clairvoyance has existed through history and is satisfied by messages based on hope and ambiguity. The market for economic prediction is similar. Successful proponents are distinguished by their television manner rather than the accuracy of their forecasts."
"The shorter-term challenge is to sustain aggregate demand, as Keynes would have recommended. Also important will be direct central-bank finance of borrowers. It is evident that much of the load will fall on the US, largely because the Europeans, Japanese and even the Chinese are too inert, too complacent, or too weak. Given the correction of household spending under way in the deficit countries, this period of high government spending is, alas, likely to last for years. At the same time, a big effort must be made to purge the balance sheets of households and the financial system. A debt-for-equity swap is surely going to be necessary."
"Talvez, por exemplo, impor que, no final do primeiro e segundo trimestre do próximo ano, o crédito a pequenas e médias empresas atinja, para cada banco, respectivamente, 20 por cento e 40 por cento acima do que figura nos balanços de Dezembro deste ano. Mantendo-se daí em diante. E que, não cumprindo, os bancos tivessem de depositar no BP o montante em falta para atingir aquele objectivo. Remunerado à taxa zero por cento. Podendo ser repassado a outros que o quisessem aplicar em PME.".
"Most of all, the vast riches being earned — or maybe that should be “earned” — in our bloated financial industry undermined our sense of reality and degraded our judgment.Mas quem ouviu o professor Campos e Cunha no Prós e Contras da última 2ª feira ficou a saber que esta conversa é uma tolice pegada.
"Think of the way almost everyone important missed the warning signs of an impending crisis. How was that possible? How, for example, could Alan Greenspan have declared, just a few years ago, that “the financial system as a whole has become more resilient” — thanks to derivatives, no less? The answer, I believe, is that there’s an innate tendency on the part of even the elite to idolize men who are making a lot of money, and assume that they know what they’re doing.
"After all, that’s why so many people trusted Mr. Madoff.
"Now, as we survey the wreckage and try to understand how things can have gone so wrong, so fast, the answer is actually quite simple: What we’re looking at now are the consequences of a world gone Madoff."
"A Câmara de Lisboa gastou pelos menos 463 mil euros em pareceres jurídicos e advogados particulares. Só em seis pareceres para responder ao Tribunal de Contas foram gastos mais de 102 mil euros. O quadro do município conta com 238 juristas."Os meus parabéns ao Público pela acutilante revelação.
"O Governador do Illinois foi preso por suspeita de vários crimes de corrupção, entre os quais o de tentar vender a sucessão do cargo de Senador vago depois da eleição de Barack Obama. Entre nós ainda não se pratica, que se saiba, tal processo nas federações dos nossos partidos. Mas algumas presenças, e ausências, das listas de autarcas e deputados, talvez ficassem melhor explicadas aplicando o método das autoridades de Chicago..."
"O que pede o Ministério da Educação? Que se cumpra a lei sobre "a avaliação". Quem fez a lei? O governo e a sua maioria. A quem se dirige a lei? Aos professores. Os professores concordam com a lei? Não. É possível aplicar uma lei quando aqueles a quem ela se dirige não querem a sua aplicação? Não."
"A realidade não se confunde com a opinião publicada ou com campanhas corporativas de agit-prop. O espanto com as sondagens apenas prova que muita gente vive na lua."
A little over a year ago, Nationalised Westminster Bank (Royal Bank of Scotland and friends) splashed out $100bn on a Dutch bank called ABN Amro.Giro, não é verdade?
Just look what it could buy now.
Citibank $22.5bn,
Morgan Stanley $10.5bn,
Goldman Sachs $21.0bn,
Merrill Lynch $12.3bn,
Deutsche Bank $13.0bn and
Barclays $12.7bn,
And still have $8bn change.
"It is time for the world's major central banks to acknowledge that a sudden burst of moderate inflation would be extremely helpful in unwinding today's epic debt morass.O homem sabe o que diz.
"Yes, inflation is an unfair way of effectively writing down all non-indexed debts in the economy. Price inflation forces creditors to accept repayment in debased currency. Yes, in principle, there should be a way to fix the ills of the financial system without resorting to inflation. Unfortunately, the closer one examines the alternatives, including capital injections for banks and direct help for home mortgage holders, the clearer it becomes that inflation would be a help, not a hindrance."
"Keynes is dead, but we still have Joe Stiglitz. And so the question is: what is he doing in New York? Sure, I know the rap on Stiglitz: while he's personally a gentleman, he's too often "off the reservation," won't stay on the message, and doesn't play well with others—especially Summers. (Summers is said to have pressured former World Bank president Jim Wolfensohn to fire Stiglitz in the '90s; he left under pressure in late 1999.) Unquestionably, Stiglitz has occasionally gone overboard in his criticisms, such as when he suggested, outrageously, that the eminent economist Stanley Fischer—a former senior IMF official who taught both Summers and Fed Chairman Ben Bernanke at MIT—had pushed for capital-markets liberalization in the '90s so he could secure a fat job at Citigroup afterwards. But Obama has made a point of declaring that he wants dissonant voices in his administration. So why not Joe Stiglitz?"É caso para dizer: não foi para isto que fizemos o 4 de Novembro.
"A teoria económica dominante é profundamente insensível à realidade. Constitui, em geral, uma abstracção desatenta e trata os acontecimentos difíceis como um problema que não é dela."
"Os livros-texto que hoje dominam falam de racionalidade e de equilíbrio, abstracções insensatas que a prova empírica contesta com violência. Teorias deficientes têm, pois, ocupado o lugar das mais prudentes, das mais capazes de perceber que o económico não é uma esfera autonomizável do institucional, do político, do social, do psicológico. No passado, era mais fácil encontrar manuais mais pluralistas e sensíveis às estruturas institucionais da realidade, mais baseados em lições retiradas de padrões históricos e não somente em deduções lógico-matemáticas. O ensino dominante não tem municiado os estudantes para conhecerem o mundo real e para o interpretarem (...)."
"Traditionally, central banks are the lenders of last resort but they are becoming the lenders of first and only resort, as banks are not lending. Central banks are becoming the only lenders in the land. With consumption by households and capital spending by corporations collapsing, governments will soon become the spenders of first and only resort as fiscal deficits surge."
"Acho (...) que há um conjunto de investimentos que sistematicamente têm sido atrasados por falta de dinheiro e que podem agora ter bons efeitos. É o caso da reabilitação urbana, que é relativamente rápida de implementar, tem consequências para a competitividade das cidades e logo do País, e tem um contributo grande de empresas nacionais. Isto além de melhorar visivelmente a qualidade de vida das pessoas. Um outro exemplo é a protecção da orla costeira que também tem muita componente nacional e ajuda ao turismo. É preciso uma acção com um bocadinho mais de imaginação e avançar rapidamente com este tipo de investimentos."Por outro lado, opinou Campos e Cunha no Público de 6ª feira:
"Que tipo de despesa devemos realizar que obedeça àqueles princípios [rapidez nos efeitos, garantia de impactos directos na economia nacional e sustentabilidade]? Pequenos projectos mas em grande número. (...) Requalificação urbana das grandes cidades (...) e das aldeias. (...) Exploração e pesquisa de zonas arqueológicas cuja existência é conhecida, mas sobre as quais nada se sabe. (...) Aumentar o orçamento da Cultura."
"Estamos a consumir mais, mas a gastar menos."Com esta afirmação surpreendente, o jornal consegue o prodígio de juntar duas más notícias contraditórias numa só.
"When developing countries get into a financial crisis, the problem must lie with their venal politicians and lack of financial discipline. When it is U.S. that is in trouble, the fault must lie with the system. Of course."
"A popular proposal would pay US public teachers more if their students do better on standardized tests. In contrast, teachers' pay is now usually based on credentials and experience, so the explicit, financial incentives for performance are quite weak (although intrinsic motivation is obviously real and important). Proponents of the proposed reform argue that providing stronger incentives would lead to better performance by teachers and their pupils. In all likelihood it would, in fact, lead teachers to do more of whatever it takes to help their students do well on tests, particularly if the performance element of pay were substantial. However, it would also likely lead them to spend much less time and effort on things that are not measured on the tests. Indeed, in California, where schools' fundings is tied to student performance on standardized tests of mathematics and reading, there are claims that teachers have de-emphasized teaching other sibjects, even though their pay is not directly affected by the test results. Some of these other things may be very important. They include not only other academoc subjects (which could possibly be included in the testing), but also things hard to measure, like helping develop students' characters, teaching ethical behavior, and encouraging good citizenship. Measuring what teachers do on these dimensions in a relatively precise and timely fashion seems very problematic. So merit pay based on test performance is likely to drive these out, although they are provided in the absence of explicit incentives. Even worse, it might lead the least scrupulous teachers to fund inappropriate ways to ensure their students succeed, such as getting hold of the test questions in advance. There actually have been some instances of such behavior in New York state, where performance on the state examinations at the end of high school is hugely important."Para que não haja dúvidas, o que ele aqui nos diz é que não só a remuneração dos professores em função dos resultados dos testes dos seus alunos, como a mera valorização das escolas com base nesse indicador conduzirá, muito provavelmente, a resultados perversos. Para ser mais específico, provocará a degradação da escola pública.
"Não há qualquer sinal de que se pense nas pessoas, na vida que as pessoas levam e na relação delas com a cidade, apenas um vago desejo de progresso. O esforço não é no sentido de que o progresso melhore a vida de quem nela vive, mas que se ande por determinado caminho, o que naturalmente elimina qualquer necessidade de se pensar, estudar e testar as merdas."Também sobre esta aflitiva incapacidade de se trabalhar com os habitantes da cidade em mente, não perder "Os conventos e os contentores", de Manuel Caldeira Cabral. Um extracto:
"Ao mesmo tempo que se discute acaloradamente o que fazer com uma zona da frente de rio que fica por baixo de uma ponte, há quilómetros de frente de rio e de mar, bem como das zonas históricas de Lisboa, desaproveitados há muitos anos e sobre os quais ninguém fala."
"Uma coisa que me espanta: Ver o governo indignado por Manuela Ferreira Leite defender a brincar o que ele faz a sério."Leram bem? O que Manuela Ferreira Leite disse foi para o Daniel uma brincadeira inocente. Quanto ao governo, esse, suspendeu de facto a democracia e governa em ditadura.
A taxa de inflação dos EUA registou a maior queda desde que começou a ser calculada, em 1947. Outubro foi marcado por uma descida de 1% da inflação face ao mês anterior, uma queda que superou as expectativas.Espero que o Banco Central Europeu tenha tomado boa nota.
A taxa de inflação dos EUA desceu para os 3,7%, em Outubro, o que compara com os 4,9% verificados em Setembro, revelou hoje o Departamento do Trabalho dos EUA.
The attitude to protection is a litmus test of economic philosophy. Social democrats are frequently sympathetic, but no redistributive market liberal will have truck with it. Mr Obama has made protectionist noises, but there is a widespread suspicion that these noises were for the period of the campaign rather than his time in office. His books and campaign speeches seem closer to the redistribution market liberal position.
If social democrats have a naively benign view of the powers of the state, redistributive market liberals have a naively benign view of the effectiveness of markets. The blunt truth is that free markets are not a particularly efficient system for allocating resources. They are just – like democracy – more efficient than other systems and – unlike democracy – more innovative than other systems.
Mr Obama himself told The New York Times: “My own core economic theory is pragmatism.” In the present crisis, that is a pretty good place from which to begin.
"Concluindo: quero um porto em Lisboa e quero que ele seja competitivo. Alcântara parece-me ser o lugar adequado para o alargamento do terminal. Não tenho nada contra a existência dos contentores que fazem parte do cenário de qualquer cidade portuária. Tenho tudo contra a forma como este negócio foi feito. Não tenho certezas sobre os efeitos das obras necessárias na zona para o desnivelamento da linha. E vou continuar a acompanhar."Tal como a ele, parece-me que a única coisa que faz sentido discutir-se é o conteúdo e a forma do contrato assinado pela Administração do Porto de Lisboa com a Liscont. Mais: acho inteiramente legítimo que os cidadãos exijam, sobre isso, respostas cabais.
"O presidente da Associação Portuguesa de Bancos (APB), João Salgueiro, saiu hoje em defesa do governador do Banco de Portugal ao afirmar que não vê "nenhuma razão" para se dizer que a supervisão falhou.".
"Num tempo em que o país atravessa grandes dificuldades, a nossa atenção tem de estar centrada no desemprego, na competitividade das empresas e no desequilibrio externo."À primeira vista, dir-se-ia que Cavaco Silva não entende as responsabilidades que constitucionalmente incumbem ao Presidente da República.
"Talvez [Obama] não consiga fazer muito. Principalmente porque a recessão - sobre a qual a influência dele é curta - será longa e profunda, e porque o Islão não se comove com a cor da pele do Satanás de serviço. Pior ainda, Obama não mediu bem a natureza e a escala do sarilho que Bush lhe deixou."Para "medir bem", Obama teria que ler estas crónicas ou incluir Pulido no círculo dos seus conselheiros pessoais, uma omissão que não tem desculpa.
Eu de portos não percebo nada! Sou apenas um velho capitão da Marinha de Comércio já reformado. Apesar de conhecer todos os grandes portos do mundo, pouco sei sobre o assunto. Ainda assim, aplaudo a ampliação do terminal de contentores em Alcântara. Mas, como disse, eu de portos não entendo patavina. Parece-me - pela experiência - que Alcãntara é a melhor solução: quanto mais longe da barra, num rio como o Tejo com um canal de navegação estreito, maior o risco de acidentes. Mas, como digo, de portos sei muito pouco: não sou como o escritor Miguel Sousa Tavares, e tantos outros que seria fastidioso enumerar, que sabe tudo e fala sobre tudo. Eu apenas sei governar navios. E, por dever do ofício, conheço os porto sdo mundo.Mas como é que este sujeito se atreve?
António Vedoria Salvador
As lições que vêm dos EUA devem ser aprendidas em Portugal. É importante que as eleições que vamos ter no próximo ano dêem um mandato de mudança ao Governo que se segue. Esta responsabilidade é nossa. Cabe-nos aplaudir, apoiar, incentivar as propostas de mudança, do Governo ou da oposição, e assumir um compromisso com as mesmas, sabendo que qualquer alteração tem custos e afecta interesses instalados, mas que não fazer nada pode ter custos muito maiores.Pronunciando-se também sobre as lições da vitória de Obama para Portugal, o Luís Jorge reincide, infelizmente, na estridência a que nos vem habituando desde que virou à esquerda, de modo que não posso recomendá-lo.
É importante que José Sócrates compreenda que o melhor caminho para ganhar as eleições é fazer mais propostas de reformas e não menos. É importante que a oposição e a imprensa pressionem nesse sentido, em vez de se associarem acriticamente a todas a críticas de grupos de interesse. Cabe à opinião pública estar atenta, sendo especialmente crítica em relação a quem critica sem apresentar melhores alternativas, ou aos membros do Governo que brilham a criticar as fraquezas da oposição. A oposição e os grupos sociais devem apresentar alternativas e o Governo argumentos para as suas propostas.
"Lisboa precisa de um porto e de um porto a crescer. Precisa de acrividade económica deste tipo. Lisboa é um porto e será sempre um porto e quanto mais porto melhor. Para além disso, este tipo de investimentos pode ser usado para se exigirem contrapartidas para melhorar as áreas envolvidas. E também se pode exigir que façam as obras à suíça, sem mexer muito com o dia-a-dia de quem frequenta a zona. O processo terá seguramente sido mal conduzido. Então, que Miguel Sousa Tavares use o seu poder mediático para que os negócios sejam melhores para Lisboa. Isso sim seria um bom serviço. Mas não façam de Lisboa uma cidade de turistas. Não há pior nos dias que correm."