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Já todos sabemos que a Qimonda representa 5% das exportações portuguesas. Mas isso é a exportação bruta, não a líquida.
Qual o valor da exportação da Qimonda uma vez deduzidas as importações que a sua actividade implica? Ainda não encontrei quem soubesse dizer-me, mas, tendo em conta que a incorporação nacional parece ser baixa (apenas mão-de-obra, embora alguma qualificada) parece natural que a sua contribuição para a balança comercial não seja tão grande assim.
Nesse caso, qual a justificação para o governo português estar disposto a mobilizar capitais tão vultuosos através da Caixa para salvar a Qimonda?
Já se ouviu também Manuel Pinho invocar o contributo da empresa alemã para a balança tecnológica - ao mesmo tempo, aliás, que argumentava que ela nos ajuda a importar tecnologia. Ora a balança tecnológica contabiliza serviços, não produtos, pelo que a Qimonda não exporta tecnologia, e a importação de tecnologia, caso existisse, teria sobre a balança um efeito negativo.
Talvez o ministro quisesse dizer que há aqui uma transferência de tecnológica que reforça as competências nacionais. Só que nem tudo o que luz é ouro: a actividade da Qimonda em Portugal parece ser sobretudo de montagem; o trabalho qualificado permanece na Alemanha.
De modo que continuamos sem saber ao certo o que justifica a prioridade que o Ministério da Economia atribui à salvação da Qimonda.
Interrogado no Prós & Contras da passada semana sobre os critérios que usa para salvar esta empresa e não aquela, Pinho retorquiu que essa é uma questão metafísica.
É caso para ficarmos todos muito preocupados.
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4.2.09
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3 comentários:
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Clap! Clap!
Um comentário contra o PS?
Já não era sem tempo!
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