Desta vez concordo com a Joana.Não fica bem a Jorge Sampaio dizer que «não há pressa» de pôr um ponto final na crise política. O que ele pode e deve dizer é que uma decisão destas deve ser devidamente ponderada, e que isso é o mais importante - não que a urgência é em absoluto irrelevante.
A rapidez é ela própria um factor de eficácia da decisão, visto que a incerteza tem custos de diversos tipos - económicos, sem dúvida, mas também políticos. Protelar a crise sem justificação plausível, como está a acontecer, é uma atitude incompreensível e preocupante.
Por outro lado, a afirmação do Presidente revela insensibilidade em relação aos problemas comezinhos dos seus pobres súbditos. Hoje em dia todos estamos condenados a ter pressa, quanto mais não seja para preservamos os nossos arduamente conquistados postos de trabalho. Um Presidente socialista deveria entender e respeitar isto.
Ao afirmar que, por decreto auto-imposto, ele (e só ele) disfruta do privilégio de não ter pressa, Sampaio pretende talvez pôr-se num pedestal reservado aos deuses do Olimpo e sublinhar a sua própria importância. Na realidade, apenas contribui, da pior maneira e nas piores circunstâncias, para aprofundar mais um pouco o fosso entre eleitos e eleitores.
Bem prega Frei Tomás...
2.7.04
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