24.3.05

A súbita riqueza dos pobres camponeses da Lusitânia

Um dos mantras mais em voga entre os nossos comentaristas é a condenação moralista dos índices de posse de telemóveis (como quereriam eles que se desmarcasse as reuniões?), de segunda televisão (coisa de pobres, meus caros, coisa de pobres...) e de segunda habitação (mesmo quando ela é uma barraca na Fonte da Telha).

Querem eles dizer na sua que o pessoal queixa-se queixa-se, mas, no fundo, vive mergulhado no luxo.

Fico agora a aguardar ansiosamente os comentários às estatísticas hoje publicadas sobre a incidência da tuberculose em Portugal, que nos colocam no 22º lugar entre os 25 países da União Europeia, um seguro indício de deficientíssimas condições de habitação, de higiene e de alimentação.

Como se vê, não é só na qualificação profissional e na produtividade que estamos pior.

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