Podemos e devemos criticar os comunistas por muitas razões, mas não por ser serem fiéis as suas ideias e não hesitarem proclamá-las.
E, no entanto, é precisamente isso que Eduardo Prado Coelho hoje faz na sua coluna. A ele faz-lhe espécie que alguém se apegue a crenças que, não estando na moda, não o ajudam a singrar na vida, nem sequer se se der o caso de a sua vida se desenrolar nos restritos círculos intelectuais, onde, assegura-nos, o marxismo-leninismo não tem hoje o menor prestígio.
Eduardo Prado Coelho, que em tempos se associou ao Partido Comunista na pior altura e pelas piores razões, quando ele era muito poderoso e prometia vir a sê-lo muito mais, deveria ter ao menos algum pudor.
Esta permanente colagem ao poder parece, de resto ser um dos traços definidores do seu comportamento. Ontem, quando, pela primeira vez em quatro meses, se atirou a Santana com um arreganho sem nuances, pressenti que algo estava para acontecer, porque ninguém se adapta tão rapidamente como ele aos ares dos tempos.
É lamentável que uma pessoa de tão vasta cultura e capacidade intelectual exiba sistematicamente estes tiques oportunistas tão mesquinhos.
1.12.04
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