A dupla Santana-Portas, à qual falta tudo menos esperteza, está perfeitamente consciente de que não tem qualquer hipótese de ganhar as próximas eleições.
Mas sabe também que isso não é essencial para as suas ambições. Na verdade, a eles basta-lhes que o PS não consiga a maioria absoluta para permanecerem no centro da vida política, manterem em cheque os críticos dentro dos seus partidos e prepararem o regresso ao poder.
Se assim acontecer, abrir-se-á um período de instabilidade de que - ninguém duvide! - saberão tirar partido. Tanto mais que, como todos estamos recordados, Portas foi o introdutor da política suja em Portugal nos seus gloriosos tempos de director do Independente.
Tudo o que a dupla já fez, está a fazer e fará assenta neste propósito essencial de impedir a emergência de um governo maioritário e de aproveitar a confusão subsequente.
É evidente, por exemplo, que haverá coligação. É também evidente o sentido da guerrilha institucional entretanto aberta contra o Presidente da República. Tal como é evidente o propósito das movimentações dos últimos dias em torno do SIS.
Santana procurará imitar em 2005 as célebres peixeiradas de Sá Carneiro, o seu grande mestre e inspirador, introduzindo no modelo as necessárias adaptações impostas pelas circunstâncias. Outra vez a história a repetir-se...
Estejam atentos aos próximos episódios.
8.12.04
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