«Afrontei o sol, e caminhei para aquele lado do vale através do qual se ergue o enorme aqueduto, de que já ouvisteis falar como da mais colossal construção do seu género. Tem uma só ordem de arcos em ogiva, e o maior de todos, por onde passa uma rápida queda de água, mede para cima de duzentos e cinquenta pés de altura. As pontes do Gard e de Caserta têm várias fileiras de arcos sobrepostos, que, dividindo a atenção, diminuem o efeito geral do monumento: aqui há uma tal grandeza nesta simples arcaria, que nos enche de assombro! Sentei-me numa pedra, debaixo do arco grande, e pus-me a contemplar aquela abóbada, erguida a tanta altura acima de mim, com um sentimento de respeito não isento de terror, como se aquele monumento, que eu admirava, fosse obra de algum ser imenso dotado de forças gigânteas, que pudesse lembrar-se de sacudir e desmanchar a sua obra, e ter o mau gosto de me reduzir a pó!»
William Beckford: Viagens a Portugal, 1787.
1.7.05
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