10.1.08

As sondagens que nem sempre nos governam



O quadro acima, reproduzido por Paul Krugman, mostra a evolução das apostas online na nomeação de Hilary antes e depois da votação em New Hampshire, mas também podia ser a evolução dos resultados que as sondagens têm vindo a dar-lhe.

Muita gente tem aproveitado este caso para criticar mais este fiasco das sondagens, esquecendo o que ele fundamentalmente nos ensina, talvez porque a lição a extrair vai contra a sabedoria convencional.

Ao fazer uma aposta, as pessoas escolhem a hipótese que lhes parece mais provável, não aquela que consideram preferível, porque só isso lhes permitirá ganhar. Ora, como sabem elas o que será mais provável? Escutando o que os media dizem, evidentemente.

O que este e outros casos anteriores sugerem é que, nas sondagens, o mesmo efeito ocorre por vezes, embora a motivação seja distinta. Ou seja, uma parte considerável das pessoas inquiridas declaram ir votar em quem acham que vai ganhar, não em quem querem que ganhe. A razão será o receio de darem uma resposta que "pareça mal", por desalinhada com aquilo que percepcionam, por influência dos media, como sendo a tendência geral.

Chegado o momento de votar, porém, optam pelo candidato do seu coração, deixando mal vistos tanto as sondagens como os comentadores especializados.

Se esta interpretação for verdadeira, isso significa que o poder de manipulação dos media, evidente neste como noutros casos, pode ser eficazmente condicionado pela eventual existência de fortes (repito: fortes) preferências dos eleitores.

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