Andava com vontade de dar uma volta à minha vida, de modo que comprei uma máquina de barbear eléctrica - um retrocesso civilizacional tanto mais preocupante quanto é facto que desde o 25 de Abril não recorria a essa tecnologia.
Estou encantado. Sem correr o risco de me cortar, não preciso mais de me olhar ao espelho enquanto me barbeio - uma prática responsável pelo alastramento do individualismo narcisista pelo mundo -, de modo que, embora gaste mais tempo a executar a tarefa, posso aproveitar para fazer outra coisa em simultâneo. Agora, faço a barba enquanto tomo o pequeno almoço, leio o jornal, vejo televisão ou recebo visitas - para não mencionar outras situações que poderiam chocar pessoas mais sensíveis.
Para falar verdade, a experiência é tão gratificante que dou por mim a barbear-me apenas porque não tenho mais nada que fazer. No próximo domingo de manhã vou levar a máquina para a esplanada. Deve ser bem agradável, principalmente se o dia estiver bonito.
13.5.08
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