11.5.08

O fim do fim da história

Diz-se que o capitalismo venceu o socialismo, mas não foi bem assim: a 2ª Internacional venceu a 3ª Internacional, por isso todo o Ocidente e arredores vive presentemente em social-democracia.

Ao cabo de dois séculos de muitas vitórias e grandes asneiras, a esquerda foi forçada a parar um pouco para retemperar forças. Animada pela queda do Muro de Berlim, que interpretou mal, a direita decretou primeiro o fim da história, para depois se dedicar a inverter a sua marcha.

Apesar de tudo, a Era do Caranguejo produziu relativamente pouco retrocesso histórico, em parte porque o tradicional argumento conservador funciona hoje a favor da social-democracia: se nos pusermos a fazer muitas reformas, o resultado final pode ser bem pior do que aquilo que já temos.

De modo que o passo seguinte da direita foi avançar para o neo-conservadorismo, uma doutrina de transformação revolucionária da situação mundial que de conservadora não tem nada.

Os cacos estão aí à vista de todos, pelo que este deprimente interregno está prestes a chegar ao fim. Quando é que isso sucederá? Logo que o mundo se consciencialize verdadeiramente da dimensão do buraco em que Bush mergulhou a América.

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