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Dei comigo a pensar nos últimos dias que a causa palestiniana, no sentido nobre do termo, está hoje morta e enterrada.
O acordo de Oslo de 93, em que a Fatah finalmente reconheceu o direito de Israel à existência ao mesmo tempo que Israel se comprometia a iniciar a retirada dos territórios ocupados e a aceitar a Autoridade Palestiniana veio a revelar-se tristemente o princípio do fim dessa causa.
É verdade que os governos israelitas só lentamente, de forma limitada e a contra-gosto têm vindo a cumprir a sua parte do entendimento alcançado. Mas, tendo em conta o comportamento dos líderes palestinianos desde então, essa evidente duplicidade até parece, a posteriori, mais compreensível.
O que todo o mundo tem visto é que os palestinianos parecem incapazes de governar-se a si próprios: primeiro, foi o enriquecimento dos governantes à custa da ajuda internacional; depois, a progressiva deriva de violência interna que culminou na guerra civil entre a Fatah e o Hamas e na separação entre Gaza e a Margem Ocidental.
Hoje, Gaza pouco mais é do que um território submetido à tirania de um grupo terrorista que diariamente organiza acções violentas contra o Estado vizinho.
Nestas circunstâncias, como pode esperar-se que Israel desmantele os colonatos, devolva mais territórios, desista do Muro e aceite que as autoridades palestinianas adquiram mais poderes?
Hoje, o mundo sente pelos palestinianos pena, mas não respeito. Oxalá me engane, mas suspeito que, para eles, chegou mesmo o fim da história.
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6.1.09
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1 comentário:
Finalmente encontro um texto lúcido sobre o conflito em Gaza!
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