2.4.09

O que está em jogo na reunião do G20

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Um dos factores que ameaçam fazer durar a actual crise é a persistência de colossais desequilíbrios financeiros à escala mundial, por sua vez alicerçados na dicotomia entre, por um lado, países com crónicos supéravites comerciais (China, Alemanha e China) e, por outro lado, países com crónicos défices comerciais (EUA, Reino Unido, Espanha, Portugal e Leste Europeu, entre outros).

Uma corrente moralista acha criticáveis os défices, mas não os supéravites, quando uns e outros se encontram intimamente associados: quem empresta, empresta a alguém; quem deve, deve a quem lhe empresta.

A Alemanha só pode exportar o que exporta e ter uma poupança tão elevada porque outros países se encarregam de dinamizar a procura que os alemães reprimem ao imporem internamente políticas dissuassoras do consumo e da despesa pública. O mesmo pode dizer-se da China ou do Japão.

Estupidamente, a política económica alemã (e, em parte, a chinesa) aposta na continuação deste estado de coisas, recusando-se a entender que, obviamente, é aos países com superávites elevados e crónicos que, na presente conjuntura, compete pôr em prática estímulos fiscais substanciais.

Para regressarmos à normalidade é também preciso que alguns países compreendam que não podem continuar eternamente a basear o seu crescimento na expansão da procura alheia.

Pretender o contrário é apostar na eternização dos actuais desequilíbrios financeiros. O que, naturalmente, é impossível.
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1 comentário:

Sibila Publicações disse...

O caso da China tem outro agravante que é o câmbio da moeda, que não é livre. Se o câmbio da moeda chinese fosse livre, a banda tocava de outra forma.