Fundos e ideiais. Nota Jorge Sampaio que a Europa não pode ser incensada quando há fundos comunitários e arrasada quando eles escasseiam.
Não posso concordar mais. Mas, se durante uma década e meia, os debates nos próprios jornais de referência da classe dirigente raramente foram um pouco além dos fundos, e muitas vezes se centraram na mera capacidade de gastar o dinheiro transferido para Portugal, sem sequer se discutir o modo como eram dispendidos, o que é que se espera que os portugueses pensem sobre o assunto?
De pouco valem os ideais, se não tiverem uma tradução prática de eficácia comprovável. Ora, é verdade que a União Europeia teve, em minha opinião muitos benefícios para Portugal que transcendem largamente os fundos comunitários, tanto no campo económico como nos campos cultural, social, político, etc. Mas, como nunca foram destacados e discutidos, é bem provável que uma boa parte da população não esteja suficientemente consciente deles e, por conseguinte, não os valorize.
Os povos, como as pessoas, aprendem com a experiência, não com sermões. É por isso que a construção europeia pode estar metida numa grande embrulhada.
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