23.10.04

Nada é simples

«Um croissant simples, como? Sem queijo nem fiambre?»

«Exacto. Sem queijo nem fiambre.»

«Mas com manteiga?»

«Não, simples mesmo: sem manteiga.»

«E quer que aqueça?»

«Não, não precisa de aquecer.»

«Mas posso cortar ao meio?»

«OK.»

Apreciei o ar triunfante da empregada, sorrindo intimamente da minha ingenuidade, como quem diz que, afinal, o croissant não era bem simples. Ela sabe de ciência certa que, ao contrário do que eu presumo, nada é simples.

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