FNV tem em parte razão no que diz neste post: a televisão é parte do país, não um factor que o determina a partir do exterior. Por outro lado, é verdade que são exageradas as opiniões daqueles que entendem que as pessoas absorvem de forma acrítica aquilo que vêem e ouvem na caixinha das imagens.
Mas esta linha de argumentação só é válida a até certo ponto. O problema crucial é que, no que respeita à televisão generalista de sinal aberto, não existe um verdadeiro mercado, ou por outra, existe um mercado mal formado, dado que a programação é paga pelos anunciantes e não pelos telespectadores.
Dir-se-é que isso vem a dar no mesmo, mas a análise económica prova que não. Quando o público não paga a programação, há uma tendência inexorável, que não ocorre noutros mercados livres em que se transaccionam bens culturais (os dos jornais e revistas, dos livros ou da música, por exemplo) para o alinhamento por baixo, o que conduz a uma contínua degradação da qualidade das emissões.
O que isso significa é que existe um bom argumento, assente na teoria económica, a favor da intervenção estatal na tv no sentido de impor padrões mínimos de qualidade.
O excesso e o desvario da cobertura futebolística parece-me ser uma situação a exigir uma pronta intervenção. Esquivo-me de momento a dizer qual deverá ela ser, porque também eu tenho direito ao feriado.
26.5.05
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