Sócrates saiu-se relativamente bem no seu número de machismo orçamental, um género actualmente muito em voga.
Diz-se, e é verdade, que ele prometera claramente não aumentar os impostos, e que essa afirmação imprudente lhe custará agora uma parte da credibilidade arduamente conquistada. Diz-se também, e não é menos verdade, que o seu governo passou os dois primeiros meses a anunciar novas e injustificadas despesas: a abertura de três delegações do IAPMEI em Espanha (note-se que o IAPMEI nunca teve até agora delegações no estrangeiro); a demagógica nacionalização da Bombardier; e, last but not least, a compra da Varig pela TAP.
Mas o mais preocupante não é isso. O que Sócrates ontem anunciou é a parte fácil. O difícil é pôr a administração pública a funcionar eficientemente, condição indispensável para que as despesas agora cortadas não reapareçam noutro local.
E o problema é que a péssima qualidade média das nomeações até agora feitas pelo governo para altos cargos do sector público não augura nada de bom.
Se as chefias se revelarem incompetentes, quem irá conduzir o processo de racionalização da máquina administrativa?
Não tarda muito, vamos vê-los a chamar pela McKinsey, pela Accenture ou pela Roland Berger. E esse será o sinal indesmentivel de que não sabem o que fazer.
Estejam atentos.
26.5.05
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