Como é óbvio, o défice em percentagem do PIB é uma relação entre duas grandezas: o défice e o PIB.
Logo, se o défice em percentagem do PIB é elevado, isso pode resultar de o défice ser alto, do PIB ser alto, ou das duas coisas ao mesmo tempo.
É curioso notar que 95% da discussão pública se centra na questão do défice. Apenas os restantes 5% (estarei a pecar por excesso?) visam sobre o outro termo da questão.
Mas o problema de fundo da nossa economia é que temos relativamente poucas empresas apetrechadas para responder capazmente ao actual ambiente competitivo internacional.
Num país normal, seria de esperar que as publicações especializadas em economia e negócios estivessem cheias de artigos sugerindo formas de melhorarmos o nosso desempenho relativo.
Em vez disso, os dirigentes empresariais e associativos, quando vêm a público, é para se pronunciarem sobre os impostos e a reforma da administração pública.
Recordo que, em meados dos anos 80, quando as empresas americanas levaram uma sova da concorrência japonesa, os sinos tocaram a rebate. Individual ou colectivamente, as empresas americanas identificaram rapidamente as áreas em que necessitavam de melhorar rapidamente para fazer face ao desafio.
Realizaram-se estudos rigorosos, organizaram-se seminários para debater os problemas centrais, publicaram-se centenas de livros e milhares de artigos divulgando as boas práticas e propondo vias de progresso.
A gente assistia àquela efervescência e percebia que, dentro de pouco tempo, o problema estaria resolvido.
Nada disso se constata ainda entre nós.
E que tal se abordássemos de frente as nossas debilidades, se estudássemos os numerosos casos semi-clandestinos de sucesso empresarial, se aprendessemos com eles e se desencadeássemos iniciativas que permitissem multiplicá-los?
24.5.05
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