3.5.05

Ironia

A ironia tem em vista demonstrar que as coisas não são o que parecem ser, ou que a sua realidade é incompatível com o modo como o senso comum as vê.

Pelo menos desde Sócrates, é utilizada para evidenciar que as pessoas que sustentam determinado ponto de vista não sabem de facto do que estão a falar, dado que não meditaram sobre as consequências daquilo que dizem.

No entanto, em vez de contraditar directamente o antagonista, o ironismo procura criar nele um mal-estar e uma tensão pela revelação da natureza ilógica ou paradoxal de certas ideias feitas ou opiniões vulgares.

O exame dessas opiniões pode conduzir tanto à sua rejeição integral como à sua reformulação. Esta última consiste na recuperação do seu núcleo racional através da eliminação daqueles aspectos que se tenham revelado insustentáveis.

O propósito estratégico da ironia consiste em desembaraçar o espírito dos erros, dos preconceitos e das ideias feitas, abrindo assim o caminho à descoberta da verdade.

Já agora, esclareço que este post não é irónico.

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