20.10.06

Edmund Phelps, Nobel da Economia



Talvez ainda não seja tarde para louvar Edmund Phelps, talvez um dos Nobéis da Economia mais consensuais de sempre.

Phelps é aquele economista raro que logrou manter a sua atenção centrada em temas de gestão macro-económica da maior actualidade sem por isso transigir com as modas do momento ou comprometer elevados padrões de probidade científica.

O grande tema das suas investigações é o emprego. Numa primeira fase da sua vida desmontou certas políticas de inspiração keynesiana que procuravam garantir elevados níveis de emprego expandindo a oferta de moeda. Essas políticas são ineficazes no curto prazo e nocivas no longo, dado ignorarem a existência da "taxa natural de desemprego".

Vencida esta batalha, Phelps empenhou-se em seguida em demonstrar que a taxa natural de emprego não deve ser entendida como uma fatalidade, mas sim como o resultado de um conjunto de condições estruturais aos níveis político, económico e social.

A ideia central, pelo qual se tem batido com afinco nas últimas décadas, é a de que é melhor subsidiar o emprego do que subsidiar o desemprego. Isso levou-o a defender políticas activas de fomento do emprego, tais como a atribuição de um subsídio aos empregadores que dêem trabalho a jovens que entram pela primeira vez no mercado de trabalho.

Phelps fez também descobertas importantes na teoria do crescimento. Um estudo seu recente mostrou que os três factores mais importantes para prever o desempenho futuro de uma economia são: 1) a percentagem da população com um curso superior; 2) a ausência de barreiras ao empreendedorismo; e 3) a importância da bolsa de valores.

Curiosamente, Phelps acredita que um factor que favorece a produtividade da América relativamente à da Europa é o facto de lá as empresas se preocuparem mais que os trabalhadores se sintam felizes com o seu trabalho do que cá. A minha experiência pessoal sugere que isso é verdade.

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