Agradeço ao leitor que me esclareceu, em comentário ao post «Mistérios de Lisboa» que, de facto, Chiado existiu e até disse não sei o quê.
Ora eu não duvido que ele tenha de facto existido. Segundo a «História da Literatura Portuguesa» de António José Saraiva e Óscar Lopes, Chiado seria um frade relapso que se celebrizou pelas suas composições satíricas anti-clericais. Rumores não confirmados acrescentam que residiria num bordel ali à Rua de S. Julião.
Mas o que eu gostaria de entender é que misterioso critério levou a autarquia lisboeta (se não me engano em 1848) a erigir ali aquela estátua a um autor tão insignificante, quando haveria tanta gente mais relevante para homenagear.
Conjecturo eu que a justificação deverá ser semelhante à que levou a baptizar com o nome de Eusébio um avião da TAP. Ou talvez tenha sido para chatear a Igreja numa época de furores anti-clericais em sintonia com as quadras do justamente esquecido versejador do século XVI.
9.3.04
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