O Acidental entende que o 60º aniversário da libertação dos prisioneiros sobreviventes de Auschwitz é o momento ideal para recordar os crimes de Estaline.
Claro que sim. E porque não, também, o genocídio dos curdos? Ou as torpezas da Inquisição? Ou as atrocidades da Guerra dos Trinta Anos? Ou o aniquilamento dos cátaros? Ou, recuando ainda mais no tempo, a destruição de Ninive?
Já agora que nos afastámos tanto do assunto, que tal recordar também a cabala contra Dreyfus, o caso Sacco e Vanzetti, ou, mesmo, as arbitragens de Inocêncio Calabote?
A única coisa que interessa ao Acidental neste caso de Auschwitz é, pois, a oportunidade de, totalmente a despropósito, recordar que o comunismo é tão mau como o fascismo, dado que, afinal, tanto um como o outro mataram milhões de pessoas.
O que esta gente não consegue entender é que, independentemente da dimensão bruta da tragédia, os campos da morte não são em rigor comparáveis a nada que tenha sucedido antes ou depois e que é por isso que nos devem chocar de forma especial. Esquecê-lo é passar uma esponja sobre a indelével singularidade desses acontecimentos.
A atitude do Acidental assemelha-se, por isso, a uma forma particularmente sofisticada de negacionismo, a uma tentativa canhestra de procurar evitar, com pretextos espúrios, que se fale demasiado do extermínio dos judeus, se recorde o que ele significou e se retirem dele todas as consequências.
Bem entendido, O Acidental não nega a realidade do Holocausto. Mas nega que lhe deva ser atribuído qualquer significado especial quando comparado com outras formas de desumanidade extrema a que a história já múltiplas vezes assistiu.
Voltarei a este assunto em próximos posts.
28.1.05
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