A oposição interna do PSD tem um problema grave: descobrir como é que há-de desalojar Santana Lopes e recuperar o poder.
Ou me engano muito, ou vai ser bem difícil.
Daí que algumas pessoas até já andem a construir cenários alternativos de lançamento de um novo partido.
Daí, também, que os cavaquistas e aparentados precisem desesperadamente de encontrar aliados no campo inimigo que possam ajudá-los a socavar por dentro a actual direcção partidária.
Estou a pensar, por exemplo, em pessoas como Morais Sarmento (um dos poucos sobreviventes, com Arnaut, da tralha barrosista), que, com um pé dentro e um pé fora, nunca se sentiu muito à vontade ao lado de Santana Lopes.
É a essa luz que eu interpreto os comentários infelizes de Pacheco Pereira a propósito da inopinada deslocação do Ministro da Presidência a S. Tomé.
Primeiro, porque gastar-se 13 mil contos numa viagem de avião não é uma ninharia, independentemente de o país estar ou não em crise. Por este andar, qualquer crítica aos comportamentos de titulares de cargos públicos que tratam o Estado como coisa sua passará a ser automaticamente taxada de demagogia
Depois, a própria motivação da viagem está longe de se encontrar esclarecida. O que é que, de facto, Sarmento lá foi fazer, e porque é que foi tratar um assunto relacionado com a Galp à revelia do Ministro da Economia? É que, mesmo que este tenha sido «avisado» continua a não perceber-se porque é que, mediante uma simples notificação, se põe Álvaro Barreto à margem das negociações.
O que é que Sarmento entende deste assunto? Que interesse tem nele? Por mim aguardo com enorme curiosidade os desenvolvimentos posteriores, e estou disposto a apostar que vale a pena continuar a seguir o caso com atenção. Agora e (principalmente) depois de o governo cair.
Que foi Morais Sarmento (de facto) fazer a S. Tomé?
Fico à espera de ver para crer, como - precisamente! - S. Tomé.
13.1.05
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