O PS propõe-se reduzir em 75 mil o número de funcionários públicos sem fazer despedimentos, partindo do princípio de que 150 mil funcionários se reformarão nos próximos anos e que só metade deles serão substituídos por outros novos.
Parece boa ideia, até ao momento em que começamos a pensar nas consequências dessa estratégia sobre as despesas. Ora vejamos. Quando um funcionário se reforma, o Estado poupa no seu salário, mas passa a pagar-lhe todos os meses a respectiva pensão de reforma. Por outras palavras, uma despesa é substituída por outra de diferente natureza mas de montante pouco inferior.
Logo, quando Sócrates promete que só entrará um novo funcionário por cada dois que saiam para a reforma, está, na prática, a prometer aumentar a despesa pública, dado que os que saem não a diminuem significativamente e os que entram, sendo ainda por cima forçosamente licenciados, fá-la-ão crescer.
Depois, há outro problema. Nos termos do programa anunciado, o PS propõe-se criar 150 mil postos de trabalho nos próximos quatro anos. Todavia, como o Estado dará para esse objectivo um contributo negativo de 75 mil postos, do que se trata efectivamente, em termos brutos, é de criar não 150 mil mas 225 mil postos de trabalho. De outra forma, a promessa não será cumprida.
Estará a escapar-me algumas coisa?
23.1.05
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