2.10.08

Cada coisa a seu tempo

Escreve Francisco José Viegas: "Não é preciso perceber de economia para saber que são os contribuintes que vão pagar a despesa; por isso, a falência desses bancos não me parece mal."

Também não creio ser preciso saber muito de economia para entender que, sendo "esses bancos" tantos e tão grandes, o resultado da sua falência implicaria que o Estado gastasse muito mais dinheiro do que aquele que hoje está em causa para indemizar os depositantes e que, no que toca às aplicações não cobertas por garantias, os prejuízos suportados pelos "contribuintes" (americanos e doutros países) seriam colossais.

Por favor, compreendam isto: é indiscutível que as intervenções em curso nos EUA e na Europa são tremendamente injustas e que, em certa medida, introduzem perversas distorções ao correcto funcionamento dos mercados. Não conheço ninguém capaz de negá-lo. Sucede, porém, que a alternativa seria bem pior para todos nós.

Claro que se pode e deve acautelar o interesse público - e eu acredito que a nacionalização total ou parcial é a melhor maneira de o conseguir - mas qualquer pessoa de bom senso aceitará que se trata antes de mais de evitar o afundamento do barco em que todos nos encontramos. Trataremos da justiça depois, e acreditem que vai haver muitas oportunidades para isso.

2 comentários:

NC disse...

E não existem soluções que passem por não gastar dinheiro do contribuinte?

Sibila Publicações disse...

Na qualidade de detentor de uma das 300.000 apólices portuguesas da AIG, envio daqui os meus cumprimentos a FJV.