Será verdade, como se diz para aí, que o aumento do investimento público reduzirá o crédito disponível para as empresas e os consumidores?
Nas actuais circunstâncias, decerto que não.
Primeiro, porque, em consequência da contenção orçamental dos últimos anos, o investimento público encontra-se presentemente a um nível historicamente baixo.
Segundo, porque o alto nível de endividamento do sector privado, aliado à incerteza conjuntural, reduz consideravelmente o seu desejo de contrair mais dívidas.
Terceiro - e mais importante - porque, em resultado do risco percebido, os bancos receiam emprestar dinheiro aos particulares, mesmo que a taxas muito elevadas.
O Estado é, pois, a única entidade simultaneamente disponível para investir e capaz de obter crédito.
Vivemos uma situação de emergência, logo é preciso fazer coisas que, noutras circunstâncias, as pessoas sensatas condenariam.
20.10.08
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